sábado, 9 de agosto de 2014

NITERÓI DE BICICLETA. Bicicletas são necessárias como uma opção limpa e eficaz de mobilidade


"MOTORISTA AMIGO DO CICLISTA": motoristas de ônibus pedalam por ciclorotas de Niterói em programa de treinamento promovido pelo Niterói de Bicicleta em parceria com o SETRERJ. 

A CONVICÇÃO QUE MUDAR É NECESSÁRIO

O caos no trânsito é um fenômeno verificado em quase todas as cidades de grande ou médio porte, principalmente nas grandes metrópoles brasileiras. Há um consenso que mudanças são necessárias e urgentes.

E não há uma "bala de prata", ou seja, não há uma solução única e simples. Fomos longe demais num caminho que se esgotou: o transporte individual. Não há mais espaço nas ruas para tanto automóvel.

E a solução não é construir mais ruas, avenidas e viadutos para os automóveis, pois estes novos espaços seriam rapidamente tomados por mais carros. Portanto, é preciso buscar soluções que superem a lógica vigente: trocar o modelo do transporte individual por automóvel por soluções coletivas e mais sustentáveis.

Divulgação da Semana da Mobilidade, promovido pelo Niterói de Bicicleta - da Prefeitura, chamava a atenção para o espaço que um automóvel ocupa nas ruas. 

Não se pretende o fim do automóvel, mas diminuir a dependência atual deste modal.

Implantar um programa de incentivo ao uso da bicicleta é um dos caminhos para a solução dos problemas de trânsito. Mas sabemos que a decisão de garantir o espaço para a bicicleta nas ruas causa polêmica e contrariedade em algumas pessoas e isso é compreensível. Apesar do caos no trânsito nas grandes cidades, ainda há uma forte cultura rodoviarista forjada por uma massiva propaganda que, por gerações, associou o automóvel ao privilégio, ao poder, ao status social, ao conforto individual.

E a resistência não ocorre só em Niterói, mas em todas as cidades em que investe em uma política cicloviária. Vi isso acontecer quando, há cerca de 15 anos, atuei na implantação das primeiras ciclovias na cidade do Rio de Janeiro. Hoje, a presença das bicicletas no Rio está consolidada, mas para chegar a situação atual também teve que superar muito ceticismo inicial.

Mudar uma cultura requer muita convicção, mas principalmente muito diálogo. E para o diálogo é preciso argumentos e projeto.

A Prefeitura de Niterói tem avançado no programa Niterói de Bicicleta buscando este diálogo, já tendo realizado nove Encontros de Planejamento Participativo, quando são aplicadas metodologias de construção coletiva das prioridades e de debate sobre os projetos e as soluções a serem adotadas.


Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, dá o exemplo circulando de bicicleta pela cidade acompanhado pelo vice-prefeito Axel Grael e o coordenador do Niterói de Bicicleta, Argus Caruso. 

V Encontro do Plano Cicloviário Participativo, fevereiro de 2014. Para saber quando será o próximo encontro, acompanhe a divulgação através de www.facebook.com/niteroidebicicleta


A REVOLUÇÃO URBANA DAS BICICLETAS

A cada dia, a bicicleta assume um papel mais importante como uma alternativa de mobilidade em muitas cidades no mundo. A venda de bicicletas já supera a de automóveis em vários países da Europa.

Mesmo nos EUA, onde a cultura do automóvel é uma das mais cristalizadas e, portanto, reativa a mudanças, a bicicleta está ganhando espaço sobre o automóvel.


"Parklets": microparques implantados onde antes era uma vaga para automóvel numa rua de Sacramento, Califórnia.  


Um exemplo disso é o que está ocorrendo na Califórnia, o estado mais aberto às ideias de sustentabilidade. A Câmara Municipal da cidade de Sacramento aprovou por unanimidade uma lei que incentiva o uso de bicicletas através da implantação de bicicletários, pontos de aluguel de bicicletas e criação de microparques.

O interessante é que a legislação determina que essas estruturas ocupem efetivamente espaços que antes estavam destinadas ao automóvel, ou seja, que ocupe vagas de estacionamento de carros nas ruas.

Medidas como as aqui apresentadas estão sendo adotadas nas principais cidades do mundo. O objetivo não é extinguir o automóvel, mas diminuir a sua supremacia, abrindo espaços para outras formas de mobilidade.

O importante é implantar a cidade do futuro e o futuro será multimodal. O automóvel terá que partilhar espaço com o transporte coletivo, com a bicicleta, com pedestres e outras formas de deslocamento. Até mesmo o automóvel sairá ganhando, pois, hoje estagnado em constantes engarrafamentos, poderá novamente deslocar-se.


BICICLETA - UMA TENDÊNCIA MUNDIAL E NAS CIDADES BRASILEIRAS

Como vimos, a adoção da bicicleta é uma tendência mundial, não apenas em cidades de países desenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento.


Bicicletário com bicicletas públicas em Londres. A cidade já conta com mais de 750 estações como esta da foto. Foto Axel Grael.


Algumas cidades que apostaram na opção cicloviária: Copenhague (32% dos habitantes usam a bicicleta diariamente), Amsterdam (40% dos moradores usam as bicicletas diariamente), Berlin, Barcelona, Basileia (Suíça), Melbourne. Amsterdam é considerada a cidade mais amiga da bicicleta no mundo, mas Copenhague é aquela cujas políticas públicas mais repercutem e inspiram o movimento das cidades sustentáveis.

Na América do Norte: Sacramento (Califórnia), Portland (Oregon), Montreal (Canadá), etc.

Na América Latina: Rio de Janeiro (já possui uma das maiores malhas do mundo), São Paulo (o atual governo do Haddad está implantando um ambicioso programa, prometendo 10 km de ciclovias por semana), Curitiba (considerada pioneiro e uma referência mundial), Bogotá (considerada uma das 3 cidades mais amigas da bicicleta no mundo: possui 70 km de ruas fechadas para o automóvel), Medellín, Buenos Aires, Quito.

Outras cidades possuem um forte programa cicloviário, embora quase não contem com ciclovias - as bicicletas partilham as ruas com os carros: Londres, Paris, Roma, etc.

 


POR QUE NITERÓI PRECISA DE UMA POLÍTICA DE ESTÍMULO À BICICLETA

1- Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o uso da bicicleta é um direito e a bicicleta é considerada um veículo como qualquer outro. Portanto, dar segurança para o ciclista não é uma opção, mas um dever do governo municipal!

2- As ruas de Niterói estão saturadas de automóveis. Os engarrafamentos são uma prova disso. Veja nos dados abaixo a razão para isso:

  • No Brasil, entre 1970 e 2010 a população brasileira dobrou de tamanho, enquanto o licenciamento de automóveis em 2010 era oito vezes superior ao número de automóveis licenciados em 1970.
Fonte: ANFAVEA, 2011; Censo Demográfico 2010 – IBGE. Elaboração SMU Niterói.

  • Na última década a população de Niterói cresceu a taxa de 0,66% ao ano, enquanto a frota de automóveis cresceu a taxa de 3,44% ao ano.
Fonte: DENATRAN, 2013; Censos Demográficos 2000 e 2010 – IBGE. Elaboração SMU Niterói.



3- Niterói tem condições de clima e relevo favoráveis ao uso da bicicleta. Por exemplo: embora as bicicletas sejam mais utilizadas para deslocamentos mais curtos, com o túnel Charitas-Cafubá (que terá ciclovia), um ciclista poderá futuramente seguir de Itaipu até o Barreto praticamente no plano.

4- Niterói está investindo numa malha cicloviária (Niterói de Bicicleta), num programa de transporte coletivo mais eficiente e de mobilidade sustentável (TransOceânica, VLT, etc), que resultarão em menos automóveis na rua. Transporte coletivo e bicicletas tiram carros da rua. Ou seja, é de interesse para quem não pode abrir mão do uso do carro, pois terá menos engarrafamentos.


Galeria do túnel Charitas-Cafubá com a previsão de ciclovia. 


5- Estimamos que desde o início do ano passado (início da nossa gestão), a presença das bicicletas nas ruas mais do que dobrou!

6- Ciclovias são importantes para a segurança dos ciclistas, mas também dos motoristas, uma vez que ordena a presença das bicicletas e evita acidentes.

7- O Niterói de Bicicleta está sendo desenvolvido de forma responsável, com planejamento e ouvindo a sociedade:
  • Compromisso: o Niterói de Bicicleta é uma prioridade e um compromisso do Governo Rodrigo Neves. Niterói será uma referência nacional. 
  • Responsabilidade: o responsável principal pelo Programa Niterói de Bicicleta é o vice-prefeito, que atuou na implantação do programa cicloviário do Rio (como Coordenador de Planejamento da SMAC-Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio) e tem experiência nisso, militando na causa da bicicleta desde o início da década de 1980.
  • Coordenação técnica: O coordenador é o arquiteto urbanista Argus Caruso, que é especializado no tema e que já deu a volta ao mundo de bicicleta.
  • Apoio técnico: o Niterói de Bicicleta conta com o apoio formal da UFF, do ITDP (www.itdpbrasil.org.br), FECIERJ (Federação de Ciclismo do RJ) e outras organizações especializadas.
  • Planejamento: para consolidar e aprofundar o planejamento já realizado, a Prefeitura contratou uma empresa especializada para detalhar o Projeto Básico Cicloviário. Veja em Prefeitura de Niterói contrata empresa paulista para elaborar plano cicloviário para a cidade
  • Participação: Desde o início do governo já foram realizados 9 encontros participativos, duas Semanas da Mobilidade e outros eventos públicos de discussão do projeto Niterói de Bicicleta

OS AVANÇOS DO PROGRAMA NITERÓI DE BICICLETA

Fazer de Niterói uma referência na mobilidade sustentável é uma decisão estratégica do Governo Rodrigo Neves e estamos avançando com consistência.

Veja alguns dos avanços:
  • PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: a Prefeitura já promoveu duas edições da Semana da Mobilidade e promoverá o IX Encontro de Planejamento Participativo no dia 2 de agosto, no MAC.
Planejamento preliminar do Niterói de Bicicleta.

  • PLANO CICLOVIÁRIO: a Prefeitura contratou os serviços técnicos especializados para o planejamento de todo o programa Niterói de Bicicleta.
  • CICLOVIAS: Implantação da ciclovia da Avenida Amaral Peixoto, o início da implantação do Circuito Universitário e da Rua Timbiras, em São Francisco.

Projeto da ciclovia na Rua Timbiras. Obra em execução, com inauguração prevista para setembro.

  • MALHA CICLOVIÁRIA DA REGIÃO OCEÂNICA: Através do projeto de implantação da TransOceânica e do PRO-Sustentável (Programa Região Oceânica Sustentável, a ser financiado pela CAF), serão implantados;
    • 57 km de ciclovias,
    • seis bicicletários cobertos (200 bicicletas cada) e 100 bicicletários descobertos (capacidade para 10 bicicletas cada).
    • A ciclovia estruturante de todo este sistema será a CICLOVIA TRANSLAGUNAR, que contornará a Lagoa de Itaipu (2 km) e a Lagoa de Piratininga (7 km) e conectará com a malha cicloviária das Praias da Baía através do Túnel Charitas-Cafubá. 
  • BICICLETÁRIOS: Além da implantação gradativa da malha cicloviária, Niterói já adquiriu 350 bicicletários, que já começaram a ser implantados, permitindo o estacionamento de 700 bicicletas. Além destes, foram adquiridos mais 260 unidades pela Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SECONSER), através do contrato do novo mobiliário urbano de Niterói. Portanto, no total serão disponibilizados a curto prazo 1.220 vagas para bicicletas.
A Prefeitura de Niterói imprimiu uma versão de bolso do Código de Trânsito Brasileiro. "Direitos e deveres dos ciclistas".

  • EDUCAÇÃO CICLOVIÁRIA: o programa Niterói de Bicicleta já desenvolve atividades educacionais nas escolas da cidade e já deu início ao programa "Motorista Amigo do Ciclista", em parceria com o SETRERJ.
  • FISCALIZAÇÃO: ainda há muito para se melhorar, mas a NitTrans tem mantido uma rotina de fiscalização, autuação e reboque de veículos estacionados em ciclovias e ciclofaixas. No primeiro semestre de 2014, foram rebocados 2.139 veículos e foram emitidas 20.877 multas.
  • BICICLETAS DE ALUGUEL: a Prefeitura de Niterói prepara-se para lançar o edital para a concessão de serviços de aluguel de bicicletas na cidade. Mais novidades em breve.

Para saber mais e acompanhar o trabalho que está sendo desenvolvido sugerimos acessar:

Sabemos que estamos apenas no começo, mas confiantes e motivados com os resultados já alcançados e com as perspectivas. Como acontece em qualquer iniciativa, ajustes eventuais são necessários e, mantendo o esforço de buscar soluções e de ouvir a sociedade, o programa Niterói de Bicicleta avançará para fazer de Niterói uma referência nacional na mobilidade sustentável com o uso da bicicleta.

Boa pedalada!

Axel Grael
Vice-prefeito de Niterói



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 Acesse o programa NITERÓI DE BICICLETA no Facebook: www.facebook.com/NiteroideBicicleta

Acesse todas as mensagens sobre o NITERÓI DE BICICLETA no Blog do Axel Grael


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2 comentários:

  1. Prezado Axel: Parabéns por erguer a bandeira da bike em Niterói. O automóvel é um charuto de quatro rodas. O Óxido de Nitrogênio que sai da válvula de escape dos automóveis, quando entra em contato com o oxigênio da atmosfera, reage, transformando-se em dióxido de nitrogênio. Este causa irritação nos pulmões e diminui a resistência às infecções respiratórias. Ou seja, a população está cada vez mais doente por falta de políticas públicas. Por isso, diminuir a quantidade de carros é uma questão de saúde.

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  2. Prezado Axel: Parabéns por ajudar a erguer a bandeira da bike em Niterói. O automóvel é um charuto de quatro rodas. O Óxido de Nitrogênio que sai da válvula de escape dos automóveis, quando entra em contato com o oxigênio da atmosfera, reage, transformando-se em dióxido de nitrogênio. Este causa irritação nos pulmões e diminui a resistência às infecções respiratórias. Ou seja, a população está cada vez mais doente por falta de políticas públicas. Por isso, diminuir a quantidade de carros é uma questão de saúde.

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